sexta-feira, 28 de outubro de 2011

JOSÉ ALMEIDA PAIVA

(Por Luís Marques)


"Conservar para mim algo que possa recordar-te
seria admitir que eu pudesse esquecer-te."
 William Shakespeare




Este trabalho é dirigido em especial para os ex-militares da 3ª Companhia do nosso Batalhão, e de uma maneira geral a todos os antigos militares que integraram o Bat. Caç. 4611/1972.
Tem a ver mais propriamente com soldado condutor José Almeida Paiva, natural de Santa Marinha, Seia, falecido no acidente de viação ocorrido no dia 19 de Janeiro de 1973, quando seguia integrado numa coluna militar da 3ª Companhia, conduzindo a Berliet com a matrícula MG-74-14. Neste trágico acidente ficou também ferido com alguma gravidade o também soldado condutor César Dias, salvo erro com a alcunha “O distraído”.
A propósito deste acidente acontecido há quase 39 anos (como o tempo corre...), foi recebida na caixa de correio eletrónico associada ao nosso Fórum 4611, uma mensagem de uma jovem de nome Ana Cristina Paiva Nobre, sobrinha do José Almeida Paiva, que acho de um interesse extraordinário e que, mais uma vez, vem dar razão àqueles que teimam em manter o Fórum 4611 bem vivo, não só para que as gerações mais novas e cujos pais, tios e outros parente tomem conhecimento como foi na verdade esse tempo de sofrimento para a grande maioria dos intervenientes diretos na “Guerra Colonial”, bem como para as famílias desses miliares, cujo sofrimento a Ana Cristina retrata com uma enorme clareza, como também para que a história não se esqueça de nós, já que a Pátria pouco ou nada tem feito para valorizar devidamente a memória de todos os que pereceram nessa guerra que se veio a revelar totalmente inútil, como quase todas as guerras, como a todos os restantes que deixaram por terras do antigo Ultramar Português o melhor de dois ou mais anos das suas vidas... Éramos nós “meninos-homens” de 20, 21 anos.
Apenas deste modo se pode ajudar a escrever a verdade sobre esses anos e nos quais fomos intervenientes diretos. Não podemos deixar que outros escrevam sobre o que desconhecem, e apenas compõem textos “por ouvir dizer que foi assim”.

A mensagem, escrita no passado dia 25 deste mês e que transcrevo depois de obtida o devido consentimento, é esta:

Boa noite,
Após uma pesquisa na Internet, descobri o nome do meu falecido tio no vosso blog. De facto, o meu tio era o José Almeida Paiva (http://forum4611.blogspot.com/2009/10/recordacoes-de-angola-21.html). Chamo-me Ana Cristina Paiva Nobre, nasci em 1982 e infelizmente não tive a oportunidade de conhecer o meu tio. Essa guerra foi terrível e tirou a vida a imensos inocentes.
No documento PDF que segue em anexo, (clica aqui) consta o nome do meu tio e as suas referências. No final dos anos 60, o meu tio emigrou para França e a minha mãe também. No entanto, o meu tio teve que regressar ao país e cumprir o seu dever cívico que acabou por o vitimar no dia 19 de Janeiro de 1973.Nasci em França e vivi lá até concluir o meu 12º ano. Depois, vim para Portugal onde conclui o ensino superior. Estou em Portugal há 11 anos e esta parte da História do nosso país associada ao Ultramar interessa-me.
A minha família e essencialmente a minha mãe (talvez pelo facto de ter vivido com o meu tio em França e terem pouca diferença de idade), sofreram imenso com o seu falecimento. Hoje em dia, vejo que ainda é uma terrível dor para a minha mãe ao lembrar-se do seu falecido e amado irmão.
Os meus avós também choravam sempre que se lembravam ou falavam do filho. Actualmente, os meus queridos avós também já partiram (a minha avó em 2006 e o meu avô em 2007). Sei que estão juntos e que olham por nós.
Pelas histórias que me contam do meu tio "Zé" já podia escrever um livro.
No entanto, gostaria de poder conhecer mais histórias deles. Como ele era? Como eram as coisas em ultramar? Como decorriam os vossos dias?
Gostaria que, se possível, me contassem mais coisas acerca dos vossos dias? O que é feito das pessoas com quem o meu tio lidava? Onde estão os seus colegas.
Agradeço toda a atenção e compreensão dispensadas.
Com toda a admiração e respeito pelos ex-combatentes.
Com os melhores cumprimentos,

Cristina Nobre”.
Dois dias mais tarde foi recebida da Cristina Nobre uma nova mensagem que a seguir transcrevo:
"Caro Luís Marques,
É com muito orgulho que acabei de ler o seu e-mail
Confesso que fiquei sem palavras e com as lágrimas nos olhos por inúmeras razões.
Agradeço o facto de poder publicar o meu "pedido de informação" online. Espero do fundo do coração poder receber testemunhos acerca do meu tio.
Agradeço imenso a sua atenção.
Com muito respeito,
Cristina Nobre"

Aqui fica, pois, o desafio lançado aos camaradas da 3ª Companhia, em especial à sua secção auto (também ao António Facas, chefe dessa secção auto, e que sei guardar no interior um conhecimento profundo das razões que envolveram o acidente e no qual não estiveram apenas razões técnicas, mas também razões humanas. Já me confidenciaste, António Facas que sempre viveste aquele acidente “com muita mágoa”), aqui fica o desafio, dizia eu, para que todos os que guardam recordações do Zé Paiva e as circunstâncias do acidente que o vitimou, contem as suas lembranças aqui no Fórum 4611. A memória e o respeito que devemos ao Zé Paiva e o empenho da sua sobrinha Cristina Nobre merecem esse vosso empenho.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

"OPERAÇÃO BIFANA"

(Por Fernando Moreira)
A verdadeira amizade significa unir muitos
corações e corpos num coração e num espírito

Pitágoras


“Operação Bifana”

 

No rescaldo do cancelamento do encontro do Batalhão decidiram alguns elementos organizar mais uma operação, de novo em Vendas Novas de modo a que se pudesse beneficiar de mais um dia entre amigos uma vez que muitos já haviam destinado esse dia a um convívio.
Na hora de se contarem as espingardas, verificou-se que alguns dos fundamentalistas neste tipo de operações não iriam conseguir estar presentes pois tinham entretanto comprometido-se a auxiliar um camarada operado recentemente. No entanto decidiu-se avançar com os elementos presentes pois as “bifanas” não se iriam ficar a rir.
O António Facas assegurou a logistica e o ponto de concentração foi o habitual; o estacionamento do quartel. De seguida e enquanto se esperava pela chegada de mais uns uma rápida incursão às bifanas e o regresso rápido ao ponto de encontro.
À hora marcada começaram a chegar os participantes que se voluntariaram para mais um dia de convívio de amigos, realizado nas piscinas de Vendas Novas num aprazivel espaço onde já havíamos estado numa “operação” anterior.
Muito poderiamos aqui relatar mas iriamos cair no mesmo de sempre; histórias, risos, telefonemas dos ausentes, fraternidade, amizade e muita saudade. Tudo aquilo que já é conhecido dos demais.


Basta apenas deixar o registo fotográfico que bem ilustra este dia bem passado.
(clica nas fotos, para as aumentar e para aceder ao slideshow)
O António Facas em animada palestra

Cabral e esposa

Figueira, Facas e Matão


"Os bravos do pelotão"
Conversa e mais conversa



Hora de ver a televisão

Matão e Facas
Conversa...

... e mais conversa

Facas e Deodato

Moita, Facas, Elias e Figueira
Moita e Facas
Animação
Figueira e Facas
Moita e Figueira
Brazão
 
Elementos do "Pelotão de Apoio"


sexta-feira, 14 de outubro de 2011

XII CONVÍVIO ANUAL DA C.C.S. DO BATALHÃO DE CAÇADORES 4611/1972

(Por Luís Marques)


 (clica nas fotos para as aumentar)

No próximo dia 12 de Novembro de 2011, num sábado, realiza-se o XII encontro - convívio dos ex-militares da C.C.S. do Batalhão de Caçadores 4611/72.


(Convocatória)

O encontro decorrerá localidade de Raposos, perto da Vila de Alfeizerão (terra famosa pelo seu pão-de-ló), bem próximo da Nazaré e local de fácil acesso, por ficar bem próximo da autoestrada do Oeste (A8)
Este ano o encontro da C.C.S. conta com a organização do Carlos Rocha (telemóvel 966 301 638, ou carlos.j.rocha@hotmail.com) e do José Manuel Francês (telemóvel 916 609 553, ou jmf.mfm@gmail.com), o que constitui uma garantia de um convívio bem organizado como eles já nos habituaram.
(Ementa)

O almoço e o convívio que se segue terão lugar no "Solar da Tapada", situado num lugar de encanto na referida localidade de Raposos. Confirma a localização do local do convívio clicando aqui. (coordenadas GPS: 39", 31', 15,54 N - 9", 04',03,38 W)




(Imagens do exterior do "Solar da Tapada")

Resta acrescentar que o convívio decorrerá em ambiente de “bar permanentemente aberto”, pelo que, quem quiser usufruir desta "regalia", será conveniente fazer-se acompanhar por quem “não liga a essas coisas” a fim de garantir um bom regresso a casa.
Também, para quem quiser fazer um regresso mais calmo e descansado, existe na zona muita oferta para uma pernoita descansada.





Exortam-se todos os nossos antigos camaradas da C.C.S. e suas famílias a participarem neste encontro, bem como todos os restante antigos militares do Batalhão e todos aqueles que de qualquer maneira estão relacionados connosco ou com o Batalhão.


É claro que o Convívio da C.C.S. é extensível a todos os ex-militares do nosso Batalhão e faço aqui um apelo a todos esses amigos para que marquem a sua presença. Verão que será um dia bem passado e uma oportunidade de reverem antigos camaradas que partilharam dois anos de vida comum por terras de Angola.


Não faltes! Vem conviver com os teus amigos e camaradas e traz a tua família e amigos.

BATALHÃO DE CAÇADORES 4611/72

BATALHÃO DE CAÇADORES 4611/72
conduta brava e em tudo distinta