sábado, 5 de janeiro de 2013

ENCONTRO ANUAL DA 3ª COMPANHIA DO BATALHÃO DE CAÇADORES 4611/72 - FIGUEIRA DA FOZ (3ª PARTE)


(POR FERNANDO MOREIRA)


Vida…Idas e vindas
E no vai e vem da vida
Algumas vezes te encontro
Outra vezes te perco
Te encontro de vez em quando
Mas no vai e vem da vida
Se eu pudesse trocaria
O eterno de vez em quando
pelo sempre… do encontro!
(modificado)




NOVEMBRO 2012 – 40 OU 38 ANOS? Uma partida ou uma chegada?



O filme do Convívio



O dia 28 de Novembro determina o regresso do Batalhão de Caçadores 4611/72 à sua origem, após dois anos no teatro operacional de Angola. As centúrias que haviam defendido as fronteiras longínquas do império regressavam ao ponto de partida.




Girão e Ramalho
A partilhar memórias
                     







                                                                                                         
Ainda a partilhar memórias

Três "seringas"
Os mesmos três "seringas"


Martins Correia e Avelino
Avelino e Constantino

                                       
Fernandes, Nogueira, Martins Correia e Fernando Moreira
(CLICA NAS FOTOS PARA AUMENTAR)

Poderíamos hoje questionar se teria de ser assim, mas será uma questão desprovida de consistência no tempo em que estamos, ou então poder-se-à colocar a questão de outra forma… Se valeu a pena?
Mas esta será uma questão que porventura não terá uma resposta, mas sim muitas respostas… muitas delas só serão lidas através do diálogo, dos abraços e dos olhares que estes centuriões trocam quando se encontram, dos seus códigos ainda activos e do seu olhar longínquo ainda procurando o ultimo reflexo de um sol morno por detrás da folhagem de um palmeiral… lá longe! A terra de onde se parte deixando sempre uma parte!
Miguel, Cristina e Avelino.
Ao fundo Constantino, Margalho
e Manuel Figueira
Diogo, Germano (Veterano de Cabinda),
João Cunha e Luís Marques (estes dois da CCS)












José Veiga , Constantino (de costas),
Avelino , Abílio e  José Cabral


Margalho e José Veiga (2ª Companhia)











Independentemente das razões que estiveram por detrás das rotações do
Batalhão 4611/74 eu pessoalmente congratulo-me por ter existido mais uma; a de
Cabinda! A de uma Cabinda que ainda hoje funciona como um local de convergência e de reencontro.
O mês de Novembro tem assinalado datas de partida e datas de chegada, datas de encontros e datas de reencontros, momentos de despedida e dor e momentos de chegada e alegria, momentos felizes e momentos tristes, mas acima de tudo momentos que são de recordação obrigatória.
Apesar do Batalhão 4611/72 ter perdido alguns dos seus camaradas em acidentes estúpidos, como o são sempre, pode afirmar-se que deve ter sido dos poucos Batalhões que durante a sua vida Operacional não conheceu baixas em combate,  exceptuando as provocadas ao inimigo de outrora. Embora pese no Guião do Batalhão inúmeras acções operacionais, algumas delas com contacto de fogo, ninguém regressou com mazelas físicas desses "encontros". Pode-se dizer que foi um Batalhão feliz.


Os "seringas" da 3ª Companhia
(em 1974, na Roça Lucola ,e agora)



Germano, Brazão, Facas, Moita,
Brito e Francês (estes dois da CCS)
Os incontornáveis "TIno" e Margalho











Cabral com um olho "à Belenenses"


Carlos Madeira







Luís Marques e Carlos Madeira
Paulino Gomes e Ramalho












Miguel e Cristina Paiva Lopes


Abílio Hermenegildo e António Facas










Esposa do ex capitão Teixeira e Helena Duarte
(Clica nas fotos para aumentar)

Foi também dos poucos Batalhões que teve a possibilidade, face às rotações a que foi sujeito, de conhecer desde as chanas das "terras do fim do mundo", à vida das grandes cidades, desde a aridez do Cuando Cubango ao verde viçoso dos Dembos e do Maiombe, desde os rápidos do Cuebe e de M’Pupa às praias de Luanda, Ambriz e Cabinda.



Leal e Avelino
Os dois comandantes de 3ª Companhia
(Teixeira e Correia)














A equipa dos "seringas"


Moita, Facas e Abílio Nogueira
Abílio Nogueira  e Martins Correia
Alguns dos elementos da CCS
mais o Brazão e o Girão


"Tino" e Gentil








Luís Silva


Ramalho












Este Novembro de 2012 encerrou duas comemorações: 40 anos da partida e 38 anos da chegada e foi também tempo e momento para gritar, mais uma vez, 
PRESENTE!!... Presente! Por aqueles que já não estando entre nós fisicamente, estarão para sempre na memória dos seus camaradas até que a parada da vida se esvazie dos mesmos e essa chama se apague. Enquanto isso não acontecer as memorias terão sempre uma data em que renascerão quais Fénix rejuvenescidas. Em Novembro…


O bolo comemorativo


quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

ENCONTRO ANUAL DA 3ª COMPANHIA DO BATALHÃO DE CAÇADORES 4611/72 - FIGUEIRA DA FOZ (2ª PARTE)

Por Artur Girão


38 Anos depois; FOI O REGRESSO.


Voltar a pisar Lisboa foi das coisas boas que sentimos. Finalmente terminava o pesadelo de se ser soldado.
Sempre tive muita alergia a fardas – às dos militares. Talvez por se manifestarem numa cadeia de comando em que só alguns têm o direito de pensar.
Todos devem obedecer… E morrer se for caso disso. Mas quem manda não morre em combate. Envelhece com condecorações ao peito e reforma gorda.
Não se nasce soldado. Não se tem vocação – a não ser que a crueldade seja como complemento do ser.
Aprende-se a matar com muita facilidade e, depois vem a cadeia de comando que não se interroga.
Chegámos sem farda. Parecíamos um bando de colegiais a descer do avião.
Voltámos homens marcados por dois anos de vivências estranhas que nunca mais iríamos esquecer.

Mas voltar a pisar Lisboa foi muito bom. Regressar foi uma experiência fantástica.
Pela forma como éramos esperados pelos pais, irmãos, namoradas, amigos.
Pelas lágrimas de alegria de quem nos esperava e pelas que chorámos também.
Pela esperança de que nunca mais haveria pretexto para voltarmos à guerra. A uma guerra que não nos dizia nada – a consciência tinha ditado que os povos têm direito a ser livres de colonizadores.

E o tempo que vivemos a seguir foi de euforia, liberdade, paz. Também de procura, perdidos que estávamos numa sociedade diferente.
O 25 de Abril tinha modificado e muito a maneira de pensar e viviam-se tempos de um país modificado – sem guerra, mas com lutas políticas.
Nunca se tinha vivido assim.

E foi o retomar ou transformar a vida. No meu caso transformei a vida. Abandonei Viseu e vim para Lisboa.
Em Oeiras nasceu a minha filha, já nasceram os netos.
A vida, passados 38 anos, alterou-se muito. Percorremos os caminhos que quisemos ou aqueles que se nos foram deparando.
Estamos sempre a andar para qualquer lugar na procura de qualquer coisa e agora que muitos já reformados, é o muito ou o pouco, o tudo ou o nada.
Mas encontramo-nos todos os anos depois de 25 anos passados do regresso.
Estivemos 25 anos sem nos encontrarmos? Foi. Como? 25 anos? Foi.
Um obrigado com um grande abraço ao Vitor Fernandes que pacientemente foi procurando este e aquele para almoçarem na Bairrada.
A ele devemos estes encontros anuais que nos ajudam a sentir amizade – um grande abraço para ele.
Podia contar essa história de pouco a pouco ir procurando um telefone, uma morada, um apelido, ….   

Tem sido bom viver a amizade que nos move.
Chegar e ver este e aquele, mais um outro e, depois outro e …estamos lá quase todos.
Sentimos a falta dos que não estão.
Estar com amigos, que nos dão um abraço e perguntam como vais…. É muito bom.
Alguns já não comparecem… recordo-os com amizade.
Companheiros na enorme vontade de regressar, chegaram com um sorriso nos lábios e um coração aberto.
Não quis a vida que chegassem até hoje.

Bom………. Vai longo o discurso.


Um abraço a todos os que comigo trilharam as picadas do Cuando Cubango a Cabinda.

BATALHÃO DE CAÇADORES 4611/72

BATALHÃO DE CAÇADORES 4611/72
conduta brava e em tudo distinta