sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Recordações de Angola - 22

(Por Luís Marques)

Nos últimos tempos têm rareado as publicações do Fórum 4611 no que respeita à C.C.S. do Batalhão de Caçadores 4611/72.
Não creio que se tenha “esvaziado o balão” que anteriormente alimentava o blogue com relatos de acontecimentos passados e que eram bem ilustrados com fotos confiadas por amigos.
Acontece simplesmente que não têm chegado até nós novos relatos de acontecimentos passados ou actuais escritos na primeira pessoa pelos respectivos intervenientes. O mesmo se diga de fotos que possam enriquecer o nosso “álbum de recordações”, tudo isto apesar das várias promessas que nos são feitas.
Ao passar os olhos pelas fotografias que no passado me foram entregues para publicação no blogue, deparei com algumas que ainda não foram exibidas.
Estavam elas à espera de ilustrar uma boa história, que nunca chegou a ser contada...
Não sei se a tal “boa história” chegará a ser relatada algum dia. Ainda espero (esperamos) por ela.
De qualquer maneira, entendo que, enquanto não são escritas mais narrações sobre a vivência do antigos militares da C.C.S., que algumas dessas fotografias devem ser já publicadas, pois fazem parte da nossa memória colectiva. Antes que nós nos esqueçamos de vez dos nomes de quem nelas figura.
No caso das fotografias que hoje publicamos, elas foram-me entregues pelo José Vasconcelos, antigo furriel da C.C.S. e representam cenas do nosso quotidiano, ocorridas um pouco por toda Angola (cenas passadas no Calai, em M’pupa, Cabinda e por outras terras angolanas.
Faço desde já um convite aos meus caros amigos: não consegui identificar alguns dos nossos antigos camaradas que estão em algumas fotografias, pois os 35 anos que passaram fizeram-me esquecer os nomes, que não as pessoas. Peço-vos que me ajudem a identificar os que faltam, para assim o trabalho ficar completo.


Uma equipa de futebol do Pelotão de Reconhecimento e Informações, antes de um renhido jogo, em M'pupa. Agachados estão  o  ?, Victor, Pereira e Vasconcelos. Em pé estão o ?, ?, Sousa, Gouveia e eu


Esta fotografia foi obtida antes de um jogo disputado na Vila do Calai, no Cuando Cubango, provavelmente contra uma equipa de sul-africanos. A representar a CCS estão o "Del Xira" (na primeira fila, o 2º do lado esquerdo), o Vasconcelos e o Pereira (ne mesma fila os dois últimos da direita). Provavelmente estará mais alguém da CCS, mas eu não os reconheço. Os restantes são comerciantes e outras gentes do Calai
Provavelmente uma cena do mesmo jogo. Ao centro, a disputar a bola, está o Vasconcelos


Um salto até Cabinda.
O Jaime Ferreira e o Vasconcelos na varanda do alojamento dos sargentos, com os célebres chapéus comprados no Rundu, Sudoeste Africano. O Jaime até parece um cubano a fumar um "puro" .

Ainda em Cabinda. A catedral que nos fez companhia durante vários meses (o alojamento dos sargentos ficava do lado esquerdo da catedral)

Um regresso ao Calai, no Cuando Cubango.
Aqui estou eu (à direita), mais o Quim Raposo, quando me encontrava no Destacamento do Calai, fronteira con o Sudoeste Africano, em 1973. De realçar o aspecto imberbe dos figurantes, sobretudo o meu (tinha aqui vinte anos)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Mais um regresso

(Por Abílio Hermenegildo e Luis Marques)

O Abílio Hermenegildo, fez parte do 4º Grupo de Combate da 3ª Companhia do B.Caç 4611/1972.
Por ser da incorporação de Angola, só em Novembro de 1972, se juntou à 3ª Companhia, logo após a chegada desta ao Grafanil, Luanda.
Depois da desmobilização em Novembro de 1974, o Abílio nunca mais teve qualquer contacto com os seus camaradas da 3ªa Companhia, salvo um encontro esporádico algures em Lisboa, salvo erro com o João Salgado, o Luís Silva, o Gentil e talvez mais um ou outro.
Foram 35 anos de separação, apesar de uma constante procura de sinais dos seus antigos amigos e camaradas, sobretudo, nos últimos anos, através da Internet, contudo sem resultado.
Até que, inesperadamente, no dia 24 de Dezembro de 2009, algo aconteceu... Vamos ler o que o Abílio tem para nos contar:


O Abílio Hermenegildo na foto de despedida da 3ª Companhia, em Cabinda, à direita e atrás do Brazão

"Olá Pessoal

Esta data nunca mais vou esquecer – 24 de Dezembro de 2009
Foi como uma prenda de Natal.
É verdade. Ao fim de 35 anos, felizmente e com grande alegria e satisfação consigo encontrar, por mero acaso ou porque o destino assim o quis e entendeu que encontrasse, o que ao longo destes anos andava à procura e nunca mais tinha sabido do paradeiro de todos ou de alguns camaradas de guerra que comigo tinham partilhado ao longo de 24 meses, momentos de alegria ou de tristeza. Apenas algumas fotografias desse tempo que guardo como uma boa recordação me traziam à lembrança esses tempos.
E como disse, foi por mero acaso, porque, por curiosidade, ao procurar imagens de Embondeiros deparei com esta foto da Capela de Nossa Senhora do Grafanil e fui vê-la em pormenor.


A imagem da capela de Nossa Senhora do Grafanil que se encontra publicada no Fórum 4611 e que permitiu ao Abílio chegar até nós
Ao abrir a imagem, qual não foi o meu espanto e vejo o fórum do Bat. Caç.4611/1972.
Nem queria acreditar no que estava a ver, pois a partir daqui era ver as fotos recentes e se reconhecia alguém e como tal, assim aconteceu pois grande parte desta enorme família que me acompanhou durante 24 meses foi reconhecida, pois as feições pouco mudaram, apenas um pouco mais gastas pelo decorrer dos anos, assim como eu, pois não sou diferente e não fujo á regra, porque os anos também passaram por cima de mim.
O primeiro passo está dado. Foi o mais difícil. Espero que dentro pouco tempo possa dar o passo seguinte, que é poder estar pessoalmente com a maioria do grupo.
Bem hajam todos, fiquei bastante satisfeito por ter tido a sorte de voltar a encontrar a 3ª Companhia do Bat. Caç. 4611/1972.


Um grande abraço para todos"

O Abílio Hermenegildo vive actualmente nos Açores. Já nos prometeu que quando vier ao continente visitar os filhos que aqui estudam, tudo fará para estar com os seus amigos.
Então, talvez se tenha de organizar uma outra operação "Vendas Novas", ou outro qualquer nome de código.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Meninos do Rio

(Por Jorge Correia e Luís Marques)

Que se saiba, pelo menos dois antigos militares do Batalhão de Caçadores 4611/1972 vivem no Brasil.
São eles o Fernando Pinho, da CC, que vive no Rio de Janeiro desde 1975, e o António Jorge Correia, que há meia dúzia de anos vive em São Luis do Maranhão.
Os dois encontraram-se há pouco tempo, no final de 2009, na cidade do Rio de Janeiro.
Aqui fica o registo desse encontro em Terras de Vera Cruz, nas palavras do António Jorge Correia. ."
"Como prometido, aqui estão os registos do meu encontro no Rio de Janeiro com o  Fernando Pinho da CCS,...ou seja dois verdadeiros meninos do Rio.
Encontramo-nos à entrada do Pão de Açúcar, o Fernando na fila para subir com a simpática mulher a Fátima, o sobrinho que veio do Porto, o André, mais a namorada,  para verem os fogos e eu com a minha mulher e uma amiga nossa residente no Rio a descermos, depois de, com um "jeitinho brasileiro" , termos driblado a fila para nos despacharmos primeiro.
O encontro foi esfusiante e só foi pena que não tivéssemos oportunidade de nos termos encontrado uma outra vez, como pretendíamos fazer. As agendas preenchidas de ambos não o permitiu. Mas  ficou combinado que novamente no Rio ou em São Luis,  haveremos de nos reunir para conversarmos mais detalhadamente."


O Jorge Correia e o Fernando Pinho,


Fátima, Fernando António e André, enquanto aguardavam a chegada do "bondinho" para subir ao Pão de Acúcar





Meninos do Rio

(Calor que provoca arrepio
Dragão tatuado no braço
Calção corpo aberto no espaço
Coração de eterno flerte
Eu canto para Deus proteger-te)


O António Jorge Correia à entrada do café "Garota de Ipanema", no bairro de Ipanema, onde Vinícius se reunia com Tom Jobim para compor músicas (para este local ficou combinado um segundo encontro, mas que não chegou a acontecer, por impossibilidade de agenda)

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Novas de Cabinda

(Por Fernando Moreira e Luís Marques)



Ao navegar pela net, o Fernando Moreira descobriu estes vídeos sobre Cabinda, as suas gentes e as suas terras e costumes.
Vejam como está bonita a cidade, felizmente poupada aos horrores da guerra que assolou Angola depois da independência. Não será difícil reconhecer alguns dos locais que figuram nos vídeos, apesar do tempo decorrido desde a nossa saída daquela terra.
Também aqui encontrarão um vídeo reproduzindo a Cabinda dos nossos tempos.
Não deixem de dar um “giro” por Cabinda. Verão que vale a pena.

 Vê o vídeo aqui


Vê o vídeo aqui





Vê o vídeo aqui





Vê o Vídeo aqui





Aqui fica feito um convite para todos vós: Caso encontrem aqui pela net outros vídeos sobre Cabinda, ou sobre qualquer outra terra angolana, que considerem de interesse para nós, não hesitem em os anunciar aqui no Fórum 4611, para que todos possamos desfrutá-los e matar saudades.

BATALHÃO DE CAÇADORES 4611/72

BATALHÃO DE CAÇADORES 4611/72
conduta brava e em tudo distinta