sexta-feira, 12 de março de 2010

Passagem da 3ª. Companhia por Serpa Pinto (continuação)

(Por Abílio Hermenegildo)

(clica nos fotos para as aumentar)

Distrito do Cuando Cubango




Acção-Psicológica com saída de Serpa Pinto até ao Caiundo em Abril de 1973



Muda de pneu após a saída de Serpa Pinto


Travessia do Rio Cuebe a vau

Uma das pontes sobre o Rio Cuebe

Rio Cuebe

Entrada para a jangada


 Travessia de jangada no percurso Serpa Pinto - Caiundo

 Visita a uma aldeia


Almoço no Caiundo



Pois bem, meus amigos, esta foi a minha 2ª saída para a mata, outras saídas irei documentar com mais algumas fotos.
Para todos, aquele grande e forte abraço

A. Hermenegildo

8 comentários:

Luís Marques disse...

Este trabalho do Abílio trouxe-me à memória a minha primeira passagem pelo Caiundo, para aí a 15 ou 16 de Novembro de 1972 durante a viagem da CCS de Serpa Pinto para M’pupa, e em particular um episódio pitoresco e bem disposto acontecido aquando da travessia do Rio Cuebe.
Veio-me também à memória o saudoso Capitão Manuel Ferreira Júnior, um verdadeiro pai para todos nós da CCS (e não só...) e uma grande alma açoriana.
O episódio é o seguinte e vou contá-lo com todas as letras para não perder a piada:
A coluna de viaturas civis que nos levava em direcção a M’pupa atravessava o sertão do Cuando Cubango, sob um sol abrasador.
A chegada do rio Cuebe, foi como uma dádiva, pois aí podíamos fazer uma paragem e refrescarmo-nos nas suas águas.
Vai daí, todos ao banho, uns em cuecas, outros em calções de banho e outros até totalmente nus.
A tomar banho também estava o capitão Manuel Ferreira Júnior, já que a patente não o livrava de calores, antes pelo contrário.
Às tantas, um dos soldados que se banhava perto do capitão, disse-lhe: meu capitão, cuidado com os “jacaralhos”!. O bom do capitão Ferreira Júnior elevou a voz e disse ao tal soldado: “jacaralhos” tem a tua mãe na cona!...
Foi a risota geral! O episódio foi bem recebido por todos e deixou-nos bem dispostos e foi apenas um dos muitos passos deliciosos que passámos com o nosso capitão, como disse um verdadeiro pai para nós.
Esteja ele onde estiver, deve estar satisfeito pelo bem que nos fez e sobretudo pelo mal que não deixou que nos acontecesse, uma vez que nós não éramos santinhos nenhuns.
Eu pessoalmente fiquei a dever-lhe, entre outras coisas, o facto de nada de mal me ter acontecido, quando, em Serpa Pinto, perdi a mala que tinha o cheque para pagar o pré à malta.

A. Hermenegildo disse...

Lembro-me bem dum camarada de armas da nossa companhia ter falado muito desse capitão da CCS, era o Lázaro dos morteiros 81 que tb era da mesma ilha, Ilha de S.Miguel e penso que tb da mesma freguesia, da freguesia da Povoação. Este Lázaro veio mais tarde para Serpa Pinto (rendição individual) e pertencia ao 4º grupo de combate, sei inclusivamente que ele está viver na América mas não sei em que estado, mas vou tentar saber e se possível entrar em contacto com ele e dar-lhe a conhecer o Fórum 4611.

Jorge Correia disse...

Só para cumprimentar o Abílio pelo seu interessante trabalho,...e mais não digo, porque parece que há pessoas que não percebem ou não querem perceber aquilo que digo,..será que falo Chinês ???

fmoreira disse...

Bom trabalho Abílio, venham de lá mais memórias visuais e narrativas.
1abc

Angelo Costa disse...

Olá amigos.
Parabéns pelo v/trabalho.
Fiz parte do Bat. Cav. 2870 e toca-me o facto, embora mais tarde, de terem seguido os nossos rastos.
Também estivemos no Cuando Cubanbo e a minha Companhia CCS em Serpa Pinto e na Fazenda Tentativa.
Em Serpa Pinto, de Abril/69 a Novembro /70 e na Fazenda da Tentativa de Dezembro/70 a Maio/71.
Fotografias, histórias e recordações que verifico no v/blogue arrepiam-me, porque enquanto que vocês estavam a passar por aquilo que eu passei, já eu tinha destroçado daquela vida.
Para além do que relatam eu também tenho as minhas histórias e queria informa-los, com muito orgulho, por se tratarem de Boas pessoas e competentes que o meu 2º Comandante ( Sr. Major Branco Ló ) foi o Governador do Distrito , na altura que estiveram lá, assim como o m/Capitão ( Sr. Francisco Simões ) como vice-governador.
Com toda a sinceridade, desejo a todos vocês a vida mais saudável que possa existir, o mesmo não digo em relação a estabilidade emocional e a dinheiro para gastos , porque isso depende da FRACA qualidade de políticos que tivemos antes e depois do 25.
Um abraço
Ângelo Costa.

José M Francês disse...

Como se costuma dizer... mais vale tarde do que nunca , e efectivamente tenho andado longe da participação que o nosso blogue bem merece, mas as voltas que a vida nos leva e traz
assim me obrigaram.
Retomarei com a assiduidade que desejo, ao convivio de todos, neste nosso espaço.
Foi muito bom reviver mais episódios da nossa passagem angolana neste belo trabalho e comentários já apostos.
A vida e as nossas experiências são já comungadas por muitos dos que silenciosamente vão revivendo as suas
também passagens pelos mesmos locais.
É um prazer a possibilidade de reviver, levando-nos em cada instante à juventude que todos guardamos no coração.
Abraços a todos

A. Hermenegildo disse...

Lembro-me bem do Major Branco Ló e não posso deixar aqui algo que determinada revista angolana escreveu na altura, e passo a citar:
“ ……Exemplo, também, o do Major Branco Ló. Jovem e extremamente dinâmico o governador do Distrito galvanizou completamente os poucos homens com que conta. Girando constantemente por todo o Distrito, moralizando, impulsionando, exigindo… e dando meios para trabalhar, ele arrancou, num prazo recorde, o Distrito da sua sonolência milenária. Foram-lhe dados meios, é verdade. Mas a forma como os utiliza, o entusiasmo e confiança que soube transmitir a toda a gente, a exemplar dedicação com que se entregou ao trabalho gigantesco de «trazer» as terras do fim do mundo para a Angola de hoje, essa não poderá ser contabilizada. É o maior Distrito de Angola. Uma imensidão pouquíssimo povoada. Uma paisagem rude e bela, até há bem pouco tempo esquecida da memória dos homens.
A continuar assim, dentro em breve, será, talvez, um dos mais espectaculares pedaços duma Angola que não pára……”
Uma reportagem de João Fernandes e Eduardo Baião na revista Notícia

Ângelo Costa disse...

Caro Hermenegildo.
Agradeço-lho,muito sinceramente,verificar que não sou o único a reconhecer o trabalho desse GRANDE HOMEM.
Comandou-me no Bat. Cav.2870 e impressionou-me a sua postura, tendo eu, nessa altura 21 anos.O Sr.. Major Branco Ló, erradiava segurança,conforto e amizade o que me marcou bastante do qual resultou o exito que felizmente tive na minha vida profissional.
Mais,no dia 7 deste mês de Dezembro, desloquei-me eu e mais três ex-militares de Vizela a Cascais para almoçar-mos juntos e desejar-lhe muita longevidade.
Para tôdos os do Forum 4611 um Feliz Natal e prospero Ano Novo.
Cumprimentos

BATALHÃO DE CAÇADORES 4611/72

BATALHÃO DE CAÇADORES 4611/72
conduta brava e em tudo distinta