Do António Godinho recebemos um conjunto de fotos que pela sua importância passamos a publicar.
Entre elas ganha destaque uma das poucas fotos (quiçá mesmo a única) do José Carlos Ramalho da Silva, 1º cabo mecânico da CCS, natural da Vidigueira, a primeira vítima mortal do Batalhão de Caçadores 4611/1972. A foto foi tirada em Dezembro de 1972 quando o Silva se banhava nas águas do rio Cuito, junto à tal jangada já por diversas vezes referida aqui no fórum 4611, local onde nós íamos abastecer de água o aquartelamento.
O José Carlos Ramalho da Silva
O Silva faleceu passado pouco tempo depois, no dia 13 de Janeiro de 1973, afogado nas águas do Rio Cubango, na povoação do Calai e já não teve oportunidade de ver esta foto.
Na altura do triste acontecimento, estava eu a comandar o destacamento militar do Calai. Tenho uma ideia muito precisa trágico acontecimento, bem como de tudo o que se seguiu à tragédia. O corpo do Silva foi de imediato arrastado pela forte corrente do rio Cubango na sua vertiginosa corrida em direcção ao delta do Okavango (Botswana) e só foi localizado pelos nativos alguns dias depois, a vários quilómetros a leste do Calai.
Quase 37 anos decorridos sobre a sua morte, curvamo-nos muito sentidamente sobre a memória do 1º Cabo José Carlos Ramalho Silva. Que descanse na paz eterna.
Quero ainda destacar uma foto recente do edifício da nossa unidade mobilizadora, o Regimento de Infantaria 16, em Évora, local que servirá de “ponto de encontro” no nosso próximo convívio em Novembro de 2009, convívio esse que, como sabem, será organizado pelo António Godinho.
O antigo Qurtel do Regimento de Infantaria 16, em Évora, actualmente o Comando de Instrução e Doutrina
Estas fotos que o António Godinho nos enviou, deverão servir de incentivo para todos os restante ex-camaradas do Batalhão para que “rebusquem” nos seus álbuns “daquele tempo” as fotografias que certamente guardam e no-las enviem, pois que cada fotografia conservada dará lugar a uma história e ajudará todos nós e relembrar o tempo vivido em Angola, reavivando a nossa memória e ajudando a construir uma “história viva” sobre a nossa passagem por aquela terra, já que desempenhámos um dos papéis principais desse momento da nossa história. Sobretudo para que não continuemos a ser esquecidos, o nosso testemunho é importante. O António Godinho já nos prometeu remeter mais fotos para publicação no blogue.
Ameixa, Godinho, Dário e o Cabecinha no dia da partida de Santa Margarida com destino a Angola
A chegada a M'pupa
Coluna com destino à 2ª Companhia na Coutada do Mucusso
Godinho, Chameia (o miúdo que lavava a roupa de alguns militares em M'pupa) e o Caixinha
O Godinho limpando o Aquartelamento de M'pupa
Oliveira e Godinho
O Godinho e o Brito, no dia da unidade em M'pupa
Madeira, Godinho, Mariano, Calado e Santos, na Praia de Cabinda em 1974
1 comentário:
A foto do Silva, o reavivar da memória desse trágico acontecimento,não importando nunca procurar justificar as razões que a tal conduziram , levou-me a sentir novamente o "arrepio" que na época tive que viver ao ser obrigado,é o termo, a estar presente na sua autópsia, no posto de saúde do Calai.Mais tarde o preparativo do envio do corpo e toda a trapalhada que tal envolvia.
Se a sua memória tem que ser preservada e sentida,tal como de todos os outros Camadaras que já não estão connosco,todos os outros detalhes prefiro,honestamente, esquecer.
Que a sua memória perdure enquanto cada um de nós viver !
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