O Abílio Hermenegildo, fez parte do 4º Grupo de Combate da 3ª Companhia do B.Caç 4611/1972.
Por ser da incorporação de Angola, só em Novembro de 1972, se juntou à 3ª Companhia, logo após a chegada desta ao Grafanil, Luanda.
Depois da desmobilização em Novembro de 1974, o Abílio nunca mais teve qualquer contacto com os seus camaradas da 3ªa Companhia, salvo um encontro esporádico algures em Lisboa, salvo erro com o João Salgado, o Luís Silva, o Gentil e talvez mais um ou outro.
Foram 35 anos de separação, apesar de uma constante procura de sinais dos seus antigos amigos e camaradas, sobretudo, nos últimos anos, através da Internet, contudo sem resultado.
Até que, inesperadamente, no dia 24 de Dezembro de 2009, algo aconteceu... Vamos ler o que o Abílio tem para nos contar:
O Abílio Hermenegildo na foto de despedida da 3ª Companhia, em Cabinda, à direita e atrás do Brazão
"Olá Pessoal
Esta data nunca mais vou esquecer – 24 de Dezembro de 2009
Foi como uma prenda de Natal.
É verdade. Ao fim de 35 anos, felizmente e com grande alegria e satisfação consigo encontrar, por mero acaso ou porque o destino assim o quis e entendeu que encontrasse, o que ao longo destes anos andava à procura e nunca mais tinha sabido do paradeiro de todos ou de alguns camaradas de guerra que comigo tinham partilhado ao longo de 24 meses, momentos de alegria ou de tristeza. Apenas algumas fotografias desse tempo que guardo como uma boa recordação me traziam à lembrança esses tempos.
E como disse, foi por mero acaso, porque, por curiosidade, ao procurar imagens de Embondeiros deparei com esta foto da Capela de Nossa Senhora do Grafanil e fui vê-la em pormenor.
A imagem da capela de Nossa Senhora do Grafanil que se encontra publicada no Fórum 4611 e que permitiu ao Abílio chegar até nós
Ao abrir a imagem, qual não foi o meu espanto e vejo o fórum do Bat. Caç.4611/1972.
Nem queria acreditar no que estava a ver, pois a partir daqui era ver as fotos recentes e se reconhecia alguém e como tal, assim aconteceu pois grande parte desta enorme família que me acompanhou durante 24 meses foi reconhecida, pois as feições pouco mudaram, apenas um pouco mais gastas pelo decorrer dos anos, assim como eu, pois não sou diferente e não fujo á regra, porque os anos também passaram por cima de mim.
O primeiro passo está dado. Foi o mais difícil. Espero que dentro pouco tempo possa dar o passo seguinte, que é poder estar pessoalmente com a maioria do grupo.
Bem hajam todos, fiquei bastante satisfeito por ter tido a sorte de voltar a encontrar a 3ª Companhia do Bat. Caç. 4611/1972.
Um grande abraço para todos"
O Abílio Hermenegildo vive actualmente nos Açores. Já nos prometeu que quando vier ao continente visitar os filhos que aqui estudam, tudo fará para estar com os seus amigos.
Então, talvez se tenha de organizar uma outra operação "Vendas Novas", ou outro qualquer nome de código.
9 comentários:
Lembro-me muitíssimo bem do Hermenegildo (um puto alto e magrinho, na altura claro ) era um batido das noites Cabindenses. Imagino a sua surpresa ao deparar com a malta do 4611 reunida neste Forum. Que continue a participar é o que desejo e envio-lhe um grande abraço.
Permitam-me este pequeno comentário: Com a chegada do Abílio Hermenegildo, o Fórum 4611 está cada vez mais a cumprir o seu desígnio de juntar os militares do Bat. Caç. 4611/1972. Só é pena que os esforços feitos em direcção dos camaradas das 1ª e 2ª Companhias não estejam a ser bem sucedidos. Mas já se fez alguma coisa...
Quero aqui destacar a “militância” do Jorge Correia.
Lá longe, em São Luís do Maranhão, Brasil, continua a acompanhar de bem perto o nosso blogue, sendo invariavelmente quase sempre o primeiro a comentar os trabalhos que vão sendo publicados.
Apesar de ter vários trabalhos meritórios já publicados, o Jorge Correia não deixa de acompanhar todos trabalhos dos restantes colaboradores.
Comentar é também uma forma de participação na feitura do nosso blogue. Que sirva de exemplo para os restantes
Olá Abílio,
Pelos vistos um reencontro parecido com o meu... uns clicks na net, uma busca... e um regresso a este grupo de amigos.
Bem vindo e avisa quando vieres ao M´Putu para ver se organizamos um reencontro de amigos. Até lá contamos com mais participações.
1abc
Pelos vistos vocês iam comprar o pão à Padaria da qual o meu Avô era um dos sócios, se calhar até são capazes de ter uma memória ainda. Chamava-se Alves e tinha já o cabelo branco. Bom homem, acho que nunca foi capaz de se zangar comigo. ;-)
Sou eu mesmo J. Correia, que belas noites Cabindenses, a quem o dizes, até oferecia-me voluntário para as patrulhas, ahahahahah, pela madrugada íamos a uma padaria comprar pão e uns bolos, mas antes disso já tínhamos conseguido "enganar" um dos cozinheiros com uma lata de manteiga primor que ia no Jeep debaixo d'olho do Filipe, para barrarmos o pão que acabado de fazer. Isto para não falar das noitadas nas “boites” ou nos bares americanos. Xiuuuuuuuuu não se diz nada a ninguém. Ahahahahahaha
Força e saúde para ti e todos os teus
Um grande abraço
É verdade Fernando Moreira, sempre que o grupo do Filipe (4º grupo) estava de serviço na ronda há cidade, íamos sempre há padaria abastecermos de pão e por vezes tb duns bolinhos. Lembro-me dum senhor já de cabelo branco um pouco forte estar na padaria, não sei se era o teu avô, sei que era uma pessoa mto simpática e amiga de dar. Quando esse senhor estava na padaria, que era quase sempre, havia normalmente umas ofertas que eram uns docinhos a mais e assim acabavam todos por comer. Normalmente íamos entre a meia-noite e a uma hora da madrugada, pois sabíamos que era a altura de termos o pãozinho quente. Por vezes além da manteiga quando alguém recebia uma encomenda do puto, acabava por levar um salpicão ou chouriço, aí a festa era sempre melhor, claro que isto era regado com umas boas e bem geladinhas cervejas. Belos tempos.
Olá Hermenegildo, estas tuas palavras; "Belos tempos" puseram-me a revirar as minhas recordações, não hajam dúvidas foram "belos tempos"!
Em relação à Padaria, só podia ser o meu avô a pessoa forte de cabelo branco que vos atendia. Difícilmente, pelo seu feitio se chateava com alguém. Nem pelas partidas que eu lhe pregava ele alguma vez se chateou. Um dia destes passo aqui uma foto dele. 1abc
É verdade Fernando, os melhores tempos que passei foram em Cabinda, tb tenho que reconhecer que tive sorte em conhecer mta gente e que me convidava para todo o lado. Um dia havemos de conversar a relembrar os cerca de ste meses que passei em Cabinda desde as noites Cabindenses como diz o Jorge Correia aos lanches no Hotel Maiombe (risos). Fui de certa forma um pouco privilegiado, não posso queixar.
Um abração
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