(Por Abílio Hermenegildo)
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Distrito do Cuando Cubango
Em Agosto de 1973, não me recordo do dia, o nosso amigo Manuel Joaquim Relvas Ciríaco, resolve celebrar o seu aniversário com alguns dos seus amigos. O Vítor Rodrigues, o Leal, o Venâncio Sancha, o José Diniz e eu, fomos os 6 jantar ao Hotel Pérola do Sul, também conhecido pelo Hotel Tirso, acabando a noite na sala de bilhar ao lado do cinema Luiana.Hotel Pérola do Sul
Jantar de aniversário do Ciríaco em Agosto de 1973 no restaurante do Hotel
Jantar de aniversário do Ciríaco em Agosto de 1973 no restaurante do Hotel
Um jogo de damas enquanto não chegava a hora do almoço
Eu e o “Mais Que A Mim”
Não me recordo bem qual o percurso que foi feito para esta Acção Psicológica, sei apenas que se levou mais dias do que estava previsto e tudo isto por causa do “acidente” ou “atascamento” como diz o Facas que houve com a Berliet, quando regressávamos ao quartel. Tudo isto se passou logo no início da manhã e estávamos a contar ir já almoçar a Serpa Pinto, quando todos os planos saem furados. Eu seguia no Unimog 404, e é também mais uma das situações que aconteceram que jamais esquecerei, não me lembro dos nomes de alguns mas lembro-me bem como aconteceu isto. Para reforçar o que o Facas enviou para o Fórum em 26/04/2009 deixo aqui algumas imagens para recordar. Sei que houve várias ajudas para se tirar dali a Berliet até dum camião civil, pois não foi tarefa fácil.Mas conseguiu-se ao fim de 3 dias. Segundo as anotações que eu tenho, esta Acção Psicológica era para ser feita nos dias 23/09 e 24/09, mas com o imprevisto acabámos chegar a Serpa Pinto a 27/09/73.
Acção Psicológica
Por aqui se pode ver até que ponto a Berliet ficou enterrada
Acção Psicológica
Uma parte do grupo que compunha a “expedição”
1- ?? * 2 – ?? * 3 - Custódio Gomes Monteiro *
4 - Abílio Hermenegildo * 5 – Enfº. Gomes * 6 - Marafunha?
Acção Psicológica
Aqui estão os 11 magníficos que ficaram para “desenterrar” a viatura inicialmente
1- Tremidinho * 2 - ?? * 3 – Lázaro * 4 - Custódio Gomes Monteiro *
5 – Enfº. Gomes * 6 – “RÉGUA” Condutor da Berliet * 7 - ?? *
8 – ?? * 9 - Alberto Reis Lopes * 10 - A. Hermenegildo *
11- Manuel Alves Condutor Unimog 404
Acção Psicológica
Depois do susto passado, tentar comer qualquer coisa que restava da ração de combate. Por isso havia que poupar enquanto não chegassem os reforços alimentares, neste caso era uma lata de salada de fruta.
Entretanto em Outubro de 1973 fomos destacados para mais uma missão, desta vez para norte (??) de Serpa Pinto a fim de se dar protecção à engenharia que estava abrir novas estradas e inicialmente ficámos na Base Táctica do Cuebe e estávamos a uma centena de metros do rio. Não sei se a nascente era ali próximo ou se era algum dos afluentes, sei que era uma maravilha tomar banho naquela água fresca e cristalina.
BASE TÁCTICA NO CUEBE EM OUTUBRO DE 1973
Trilho do acampamento para o rio.
A minha “Cubata”, foi ideia de alguém colocar à entrada da tenda “Cubata do Soba”.
A tentar pregar uns botões do camuflado, sempre ajuda a passar o tempo
Uma parte do acampamento.
Trajecto Serpa Pinto - Fazenda Tabi
Abílio Hermenegildo
BASE TÁCTICA NO CUEBE EM OUTUBRO DE 1973
Percurso do acampamento para o rio.
Ao fundo o rio onde tomávamos banho
Ao sair da mata tínhamos esta panorâmica com o rio Cuebe ao fundo
Trilho do acampamento para o rio.
A minha “Cubata”, foi ideia de alguém colocar à entrada da tenda “Cubata do Soba”.
Feito num pedaço de cartão duma ração de combate e escrito com um pau queimado da fogueira
Hora de descanso após o almoço e a pensar no que fazer para ajudar a passar o tempo
A tentar pregar uns botões do camuflado, sempre ajuda a passar o tempo
Entretanto, fomos rendidos por outro grupo de combate e regressámos a Serpa Pinto para carregar forças e ficarmos prontos para uma nova saída. Bem desta vez foi novamente para continuarmos a fazer protecção à engenharia e respectivas máquinas e o grupo foi destacado para a Base Táctica no Munhona em Novembro de 1973. Aqui já não tínhamos a nossa praia fluvial privada como no Cuebe, aqui éramos abastecidos por um tanque atrelado com uma cisterna e tinha-se que poupar água.
BASE TÁCTICA NO MUNHONA EM NOVEMBRO DE 1973
Uma parte do acampamentoBASE TÁCTICA NO MUNHONA EM NOVEMBRO DE 1973
Uma parte do acampamento.
Este que está comigo já estava no acampamento não me lembro dele na 3ª Companhia, será que pertencia há 1ª ou 2ª Companhia. Tenho ideia dele na minha recruta pois fazia parte da incorporação de Angola, a não ser que esteja enganado.
Eu e o Álvaro Quintã. O que está no centro não me recordo do nome
Um aspecto geral do acampamento
E assim passámos alguns dias nesta Base para depois regressarmos a Serpa Pinto e entretanto começarmos a preparar a malas e seguirmos para a Fazenda Tabi.
Assim terminava a missão da 3ª Companhia em Serpa Pinto, já corria o mês de Dezembro de 1973 e não me lembro do dia quando fomos de malas e bagagens de rumo à Fazenda Tabi, lembro-me que saímos muito cedo de Serpa Pinto em viaturas civis e chegamos no final da tarde depois de andarmos talvez dez horas fazendo cerca de 1.500 km.
DEZEMBRO DE 1973
Viagem de Serpa Pinto para a Fazenda Tabi.
Uma pequena paragem para quem necessitasse de esticar as pernas e não só.
Aqui fizeram-me a partida de fotografar enquanto dormia.
Não me recordo que ponte é esta que atravessamos. Alguém se lembra? Será em Lifune ou é nos Libongos?
Distrito de Luanda
Trajecto Serpa Pinto - Fazenda Tabi
Penso que foi este o trajecto
Assim se passou um ano de guerra nas Terras do Fim do Mundo e termina a minha missão com o 4º grupo da 3ª Companhia por Serpa Pinto, numa excelente vivência e de boa camaradagem com todas as pessoas que compunham o Batalhão de Caçadores 4611/72.
Para todos, aquele grande e forte abraço
Abílio Hermenegildo
4 comentários:
Muito boa a descrição Abílio. Estás com a memória mais ou menos em forma....hehehehe e digo mais ou menos, porque logo em cima dizes que o Hotel do Tirso e o Hotel Pérola do Sul eram uma e a mesma coisa, mas estás enganado meu. o Pérola do Sul que está aí no postal era o tal Hotel novo onde fiquei no primeiro dia de Serpa Pinto com o Moita e o Figueira. O Hotel Tirso era ao lado do cinema Luiana depois da esquina com o tal bilhar de que falas !!! Aliás foi nesse Hotel que o Moita me levou para conhecer o Madeira quando eu cheguei do Luiana e depois levámo-lo para o nosso quarto no Clube de sargentos. E também foi no Tirso que ficámos na última noite de Serpa Pinto eu Moita e Girão depois da bronca comigo e Vidigal com o sargento do Dima. Mas....não tem problema nenhum...acontece ahahahaha. (estou-me a referir à falta de memória)
PS. agora só para nós....já repararam que este mangas já prometeu umas fotos actuais dele e até agora é só promessas ??
Outro bom trabalho do Abílio.
Ao ler o que ele escreve e tão bem ilustra com fotos, é fácil para nós retroceder trinta e tal anos até ao tempo em que andámos pelas “terras do fim do mundo”.
Será de todo impossível que os camaradas envolvidos não revivam as situações relatadas.
Abílio: é pena que o teu exemplo não motive outros nossos amigos a publicar as suas memórias.
O Fórum 4611 vive da carolice de meia dúzia.
Na maior parte dos casos, são aqueles que publicam os seus trabalhos que comentam os trabalhos dos outros. Ou seja, tudo gira à volta dessa meia dúzia. Porquê?
Comentar um “post” de um amigo e ex-camarada, é bastante simples e não requer grandes conhecimentos. Só a vossa inércia contumaz vos impede de ter uma participação mais activa no nosso blogue. Comentar é uma outra forma de participar na construção do blogue, tão válida como publicar um trabalho.
Vamos a isso...Fico à espera dos vossos trabalhos e comentários.
É verdade Jorge, a memória já vai pregando destas partidas por vezes e agora me recordo que o hotel residencial ao lado do cinema e da sala de bilhares era o Cubango, mas já lá vão muitos anos e estas falhas de memória acontecem, e é sempre bom que haja alguém que se lembre duma coisa ou de outra para depois se fazer as respectivas rectificações, só tenho agradecer meu amigo.
Quanto ás fotos prometidas, bem…………… 1º tenho uma proposta a fazer ao Luís Marques e se ele estiver de acordo com a ideia e achar por bem, então irei meter mãos há obra e aí poderá ser que surja alguma coisa, para já a ideia está mais ou menos esquematizada, apenas falta limar alguns detalhes para depois conversar acerca disso ao Luís Marques.
Prometo que será em breve que irei falar ao Luís Marques e ele depois irá dizer alguma coisa.
Um grande abraço para todos
Bom trabalho Abílio, estou curioso pela parte que irá toca à vossa estadia em Cabinda.
1abc a todos
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