quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

CONVÍVIO ANUAL DE 3ª COMPANHIA - 2ª CAPITULO

Por José Veiga (fotos)  e Luís Marques (texto)


Slide Show com as imagens do convívio

Os antigos militares presentes no convívio (a Helena Duarte e a Cristina Nobre, em representação do seu marido e tio, ambos já falecidos)

Foi no passado dia 26 de Novembro que os ex-militares da 3ª Companhia rumaram a Martingança, perto de Leiria, para participarem em mais um convívio anual, celebrando os 37 anos de regresso da sua comissão em Angola. A organização deste convívio foi, como vem sendo habitual, do Manuel Brazão.


Dois "artistas convidados" o Constantino e o Margalho




 "Olha este aqui tão só!..." É o Margalho...
Aspecto da sala onde decorreu o convívio, antes do "golpe de mão"


Estes bravos, tiveram a companhia de alguns ex-camaradas da 2ª Companhia e da C.C.S., os quais pretenderam fazer valer uma ideia defendida por muitos que aponta no sentido de olhar para estas celebrações como uma festa que deve englobar e reunir todos os ex-militares da Batalhão de Caçadores 4611/72, independentemente da Companhia em que prestaram serviço em Angola. Mas, sobretudo, quiseram conviver com os seus amigos da 3ª Companhia, seus amigos do passado, e que são mais amigos agora.
E nesse aspecto a 3ª Companhia, sem desprimor para as restantes, tem gente que é verdadeiramente especial. E sabe receber bem.
Já estive este ano no encontro anual da 2ª Companhia, em Vila do Conde, festa muito bem organizada pelo José Veiga, na qual estive acompanhado pelo José Manuel Francês e pelo Jaime Ferreira, todos nós da C.C.S., e fomos igualmente muito bem recebidos.







Este convívio anual da 3ª Companhia, teve ainda a participação muito especial da Cristina Paiva Nobre, sobrinha do malogrado soldado condutor José Almeida Paiva, a primeira vítima mortal da 3ª Companhia, falecido no dia 19 de Janeiro de 1973, em trágico acidente ocorrido em serviço.
A Cristina procurou saber junto dos antigos camaradas de seu tio as causas e as circunstâncias que envolveram a morte de seu tio, que nunca conheceu, pois nasceu alguns anos após a sua morte. E ao mesmo tempo obter informação de como era a sua vida por terras angolanas e conhecer os seus antigos companheiros da 3ª Companhia e, se possível, ver fotos do seu tio José Paiva.


A Cristina Paiva Nobre e o António Facas

A Cristina, pela sua simpatia e sorriso bonito, rapidamente se tornou num dos pólos de interesse do convívio e muitos foram os antigos companheiros do Zé Paiva que a elucidaram sobre a personalidade de seu tio e de tudo que envolveu o trágico acidente que o vitimou. A começar pelo António Facas, chefe da secção auto da 3ª Companhia, amigo de seu tio, e que transmitiu à Cristina Nobre toda a verdade sobre o acidente. Tal como o Avelino Oliveira, soldado que também participava na mesma coluna militar e que “viveu” o trágico acidente de bem perto e a tudo assistiu, incluindo à elevada coragem demonstrada pelo Zé Paiva que fez com que um outro militar, o também soldado condutor César Dias, se salvasse, embora tivesse sofrido graves ferimentos. Por tudo que ouviu sobre o seu tio e por ter ficado com a certeza que depois de tantos anos decorridos o seu tio não foi esquecido pelos seus camaradas de armas, a Cristina saiu de lá com o com um enorme contentamento por ser sobrinha do José Almeida Paiva. E com muito para contar à sua família, uma vez que à família nenhuma palavra foi dita por quem tinha esse dever, a não ser um lacónico telegrama e a entrega de um espólio, com os poucos bens materiais que o Zé levara para Angola.
Com a devida vénia, transcrevo parte de uma mensagem que a Cristina me enviou no dia seguinte ao convívio; "Posso dizer que mais do nunca estou orgulhosa do meu tio, e mais do que nunca está no meu coração. No final do dia, no momento dos discursos, ponderei em agarrar no microfone e dedicar-vos umas palavras. No entanto, não me foi possível, estava demasiada emocionada".
O gesto da Cristina Nobre, ao querer estar com os companheiro do seu tio e participar no seu convívio anual, deveria ser seguido por mais gente que teve familiares envolvidos na guerra colonial, para ouvir de viva vós como foi essa guerra. Para que a pátria nos não esqueça!

A nossa gente:

 António Moita e Margalho

 Zé Manel Francês e Armando Malheiro


 O "Voluntário"

 Roriz, Zé Veiga Francês e Malheiro

 Luís Marques e Roriz (a quem o Constantino disse: Olha o Einstein! Vocês acham-no parecido?)

 Zé Veiga

 Margalho....

 ... e mais Margalho (olha para a tua figura, rapaz!)

Zé Veiga e Helena Duarte

2 comentários:

José M Francês (CCS) disse...

Que foi um prazer enorme ter participado neste Convivio,já o disse, resta-me pois e apenas saudar de uma forma especial o Luis pelo trabalho sempre bem feito,com as palavras certas, e o Zé Veiga, um Grande Homem,Camarada e Amigo.
Bem hajas pela devoção à causa do 4611 !!!

Luis Marques disse...

Então a gente da 3ª Companhia não faz qualquer comentário ao seu próprio convívio?
Se gostou, se não gostou e porquê,etc, etc...
Comentar os trabalhos é uma forma de participar activamente na construção do Forum 4611.
Já que os trabalhos escasseiam, ao menos comentem aqueles trabalhos que vão sendo publicados.

BATALHÃO DE CAÇADORES 4611/72

BATALHÃO DE CAÇADORES 4611/72
conduta brava e em tudo distinta