Do António Moita recebemos ests foto, retirada do seu álbum de recordações de Angola, e que representa o acto de secagem do café que era cultivado na Fazenda Lucola, onde, como sabem, a 3ª Companhia esteve os últimos oito meses da sua Comissão em terras de Angola.
Mas vamos "ouvir" as palavras do nosso Fernando Moreira, o mais "maçarico" do Batalhão, que o destino quis que se juntasse a nós ao final de longos 34 anos.
"Que maravilha, o café ainda em “cereja”, parece que ainda se sente o odor.
A foto é tirada na Roça e a casa lá ao fundo é a aquela onde estavam os oficiais,.
Mais tarde, na varanda foi-lhe colocada uma trincheira de sacos de areia vinda da praia do Malembo, das poucas em Cabinda que era branca e foi-lhe colocada uma HK.
Aí ficava também a baía de acesso á zona de habitação e ao acampamento, ou seja a improvisada “porta de armas”.
Vocês sabem que quando o café estava nesta fase, ainda no cafeeiro, já com esta cor de cereja a baga era doce. Muitas vezes a comi e era também nesta altura que hordas de macaquitos, daqueles que muitos militares adoptavam como mascotes, causavam prejuízos avultados no café. Eram macacos mas de burros não tinham nada. E gostar de coisas doces….
Para o Moita: Ainda tu não provaste, ou talvez o tenhas feito no Bar Moreira, um lote que o meu pai fazia em que misturava o café da Roça com uns lotes que eram adquiridos no Sul e que na altura de ir para a “Cimbali” era colocado em cima do café moído uma pequena porção de folha de Chá do Gabão. Parece muita mistura mas o paladar era divinal.
Se bem me lembro o café da Roça era da variedade “Robusta”, espero não estar a dizer nenhum disparate."
Dois ou três dias depois, o António Moita remeteu-nos mais esta foto, representativa da apanha dos grão de café.
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