(Por Fernando Moreira)
As gentes
Damos hoje início a um trabalho que irá ser continuado e que servirá não só para recordar como também para actualizar memórias.
As fotos são de Carlos Amaro e foram amávelmente cedidas para que todos nós possamos ver como é a Cabinda dos nossos dias. Começamos pelas suas gentes; Cabinda sofreu ao longo dos séculos a influência de migrações de vários povos de origem Bantu, e não só, que se mesclaram com os povos da floresta local e onde o europeu também deu a sua ajuda.
Diz-se que um historiador e viajante de origem àrabe de seu nome Ibn Battuta refere nas suas obras que dos povos que um dia partiram da Foz do Nilo se separam mais tarde em três ramos, um deles convergiu para o Sul de Africa dando origem aos povos Zulus, outro teria convergido para a zona da Guiné dando origem aos Mandingas e outro fixou-se na zona a Norte da Foz do Rio Zaire dando Origem à Tribo dos Homens-Leões.
Rebuscando na Filosofia Cabinda encontro este testo de panela pois que através do simbolismo do mesmo os Cabindas descreviam e transmitiam o que lhes ia na alma. Sirva o mesmo para deixarmos firmado o tempo de diálogo sempre necessário, para que os homens se entendam
TESTO N 61
( Diâmetro : 17,50 cm)
Figuras :
1) Cofre vazio
2) Copo
3) Caneca
Significado Cabindês: "Vana sili mbungu, vana sili kopu"
Em Português: «Onde pus a caneca, aí pus o copo.»
Sentido: temos de fazer uma conferência para acabar com todos os mal-entendidos.
Prov. port.: os homens entendem-se pelas palavras...
Explicação:
1) Presentemente estou pobre. E também velho. A minha antiga riqueza e valor acabaram.
Sei que tens razão para te queixares; mas que queres? Eu não posso fazer milagres.
2-3) Exponhamos as nossas razões, na esperança de chegarmos a acordo, e de, no futuro, vivermos em paz.
Passando esta introdução é tempo de imagens (clica nelas para aumentar):
Beleza. Cabinda sempre foi terra de mulheres bonitas
Equipa de obras
Venda ao público. Que diria a ASAE?
Buliício do dia -a-dia
Beleza "posando"
Mais duas "misses"
Cortando as folhas da palmeira
A próxima geração
A criançada continua a mesma de sempre
Operário da construção civil
Fabricando tijolos
Pirogas tradicionais
Lavra da mandioca
2 comentários:
Texto e fotos muito interessantes Fernando. Continua, parabens!
Um abraço
O tema que o Fernando nos traz é excelente.
Vem acompanhado por fotografias interessantes da Cabinda nos dias de hoje e que mostram como esta terra continua bem viva.
Felizmente, a máquina destruidora da guerra não a arrasou, como aconteceu com outros locais de Angola.
E para aqueles que já se "esqueceram" trás-nos a agradável recordação de como é bela a mulher de Cabinda.
Ficamos à espera de outros trabalhos sobre o mesmo tema.
Enviar um comentário