(Por António Facas e Luís Marques)
Do António Facas recebemos o relato de uma passagem por ele vivida numa visita que fez à sede de Batalhão de Caçadores 4611/1972, em M´pupa, nos confins do Cuando Cubango.
É o relato de umas das muitas peripécias que por vezes nos sucederam durante os dois anos vividos em terras angolanas. É claro que para o interveniente principal, só agora tem piada e gosto em recordar. Mas vamos ler o que o António Facas nos tem para contar:
" Este dia noite em M´Pupa foi qualquer coisa de espectacular.
Havia indicação para descarregar os carros que nos transportavam e a todos os mantimentos que julgo serem para durar 3 meses.
Como esta indicação não tinha muito sentido, depois da viagem de Serpa Pinto para M´Pupa ter que descarregar 6 camiões e voltar a carregá-los na outra margem para no outro dia de madrugada arrancar. Ia-se sacrificar muita gente ( a intenção era mesmo essa, hoje percebo). Então resolvi contrariar a indicação e passar os camiões carregados para a outra margem.
Havia indicação para descarregar os carros que nos transportavam e a todos os mantimentos que julgo serem para durar 3 meses.
Como esta indicação não tinha muito sentido, depois da viagem de Serpa Pinto para M´Pupa ter que descarregar 6 camiões e voltar a carregá-los na outra margem para no outro dia de madrugada arrancar. Ia-se sacrificar muita gente ( a intenção era mesmo essa, hoje percebo). Então resolvi contrariar a indicação e passar os camiões carregados para a outra margem.
Como o peso dos camiões e a carga eram superior ao poder de flutuação da jangada e a força de braços era insuficiente,tivemos que empurrar a jangada com uns toros de madeira que serviam de rampa para os camiões subirem para a jangada até esta ter fundo suficiente para começar a flutuar.
Foram horas horríveis e de muita concentração ao milímetro. não sei se vocês recordam este dia ? Mas haverá gente e muita que se recordará
No fim de tudo isto e após termos passado os camiões fui ter com o Major Moreira, 2º Comandante do Batalhão, transmitir que o trabalho estava feito, julgando eu que até levava uma pancadinha nas costas.
Aconteceu precisamente o contrário; ia era levando uma "porrada" porque , vim a saber, já tinham caído carro(s) da jangada para o rio e perderam-se armas e mantimentos.
Enfim uma das muitas passagens como certamente todos nós temos".
A malta a puxar a jangada à força de braços
A "jangada" de M´pupa que esteve na origem da história que nos é contada pelo António Facas
Eu, pessoalmente, não presenciei este acontecimento, pois estava, na altura, no destacamento do Calai (fronteira com o sudoeste africano), mas recordo-me muito bem de a ouvir contar aos meus camaradas da C.C.S, que na altura estavam em M´pupa. Vocês recordam-se?
São histórias e passagens com esta que convidamos todos vocês a recordar e a partilhar connosco. Ficamos à espera.
Sem comentários:
Enviar um comentário